"Masoquismo Literário

Lá fora chove fino e
apesar da noite, é possível ver a neblina.
Aqui dentro,
sentada na cama
leio poemas do Hank.
Cada poema me cai como uma punhalada.
lágrimas ameaçam descer,
mas eu continuo lendo.

Mais uma punhalada.

Por que eu não paro de ler?
Não sei.
leio mais poemas
e meu coração se aperta de novo.
A dor que sinto é proporcionalmente intensa a vontade que eu tenho
de continuar virando as páginas
e lendo os poemas do Velho.

Eu paro por um momento.
Começo a rir sozinha.
me lembro que ganhei esse livro
do único homem que nunca me machucou na vida.
Puta que pariu! Eu ganhei um livro sobre amores destroçados
do único amor que não me destroçou!

Paro de rir.
Agora apenas sorrio.
Já faz um tempo
que, pra mim,
o amor só é um cão dos diabos na ficção."

Amiga da página, Janette Machado.